sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A Gravidez - 1

Eu achava que seria impossível combinar a maternidade com a minha vida profissional. Que os filhos seriam vítimas da irresponsabilidade e da falta de atenção/cuidado/companhia da mãe porque o dia só tem 24 horas e eu trabalhava 14 horas ou mais, fora o tempo de locomoção, ida e volta, etc.

Da noite para o dia a multinacional na qual eu trabalhava fechou as portas. Sem aviso prévio, deixou o país. Então tá. Aproveitei para descansar um pouco, completar a decoração do apartamento novo, voltar a pintar, dar mais atenção à minha própria mãe e visitar amigos dos quais tinha me distanciado por total falta de tempo. Me dei 6 meses de férias.

Logo comecei a me sentir esquisita. Um certo mal estar me acompanhava. Uma bolha de ar descia e subia, não chegava a ser um enjôo, mas era desagradavel. Não conseguia me alimentar que logo vinha a bolha. Percebi que estava perdendo a cintura. Queixei-me para várias pessoas - eu não estava bem.

Certa noite ofereci um jantarzinho a amigos que moravam no exterior e estavam passando férias no Brasil. Tinha perguntado à minha amiga o que ela gostaria de comer da culinária brasileira. Frutos do mar. Ao tentar prepará-los senti náusea. Levei os ingredientes à casa do sogro que sabia, melhor que eu, fazer o prato. Levei tudo pronto para casa.

Comprei sobremesas, não peguei flores porque me pareceram exalar um perfume intenso demais, não arrumei a mesa com o capricho costumeiro. Fiquei no básico, sem grandes fru frus. Uma preocupação sombreava o prazer de receber meus amigos - eu talvez estivesse doente. Comentei com meu marido que minhas roupas não estavam confortáveis, apertavam. Achei que estava perdendo a cintura.

Até hoje minha amiga ri da conversa reservada que tivemos à noite. Que doença que nada! Eu estava com-ple-ta-men-te grávida.

Eu tinha 38 anos, nenhum planejamento para ser mãe, não sabia nada de crianças... Fui, repentinamente, tomada de felicidade indescritível por saber que havia um bebêzinho a caminho. Isso só uma grávida sabe o que é!

2 comentários:

  1. ai q linda sua historia... estou seguindo

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  2. :-)
    pra ti ver como sao as coisas, qd esses pequenos maravilhosos resolvem vir, nao tem quem os segure! 2 dos meus 3 filhos, tbm vieram sem planejamento algum e numa época, que se eu te contar, oxi menina, dureza viu?! mas eles sao e sempre foram minha maior riqueza e alegria, é pra eles que vivo e por eles que me mantive em pé apesar de todas as dificuldades pelas quais passei...

    com tua história vejo tbm como td se encaixa com perfeicao, no tempo e no espaco correto. vc nao pensava em ser mae, mas teve seu emprego perdido, é o corpo alertando q vc tinha q dar ouvidos a ele... "38 anos, tá na hora meu bem, de ser essa maravilha da natureza, mae enfim,vamo lá, fazê-la sair desse emprego sugador :-)"
    é maravilhoso ser mae! isso só quem é mae (boa mae!) é mesmo capaz de entender.

    um bj pra vcs.

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